Houve um tempo em que condomínios com piscina e churrasqueira eram os espaços mais valorizados. Depois vieram as academias, os spas e os espaços gourmet. Mas numa disputa por clientes num mercado morno como o de hoje no Rio, já nem mesmas estas opções parecem tão atraentes. Com isso, novas áreas de lazer surgem, como champanheria, cinema, área para os pets, lava-carros e dependência coletiva de empregados.

— Conforme as construtoras vão entregando seus empreendimentos, vão fazendo pesquisas e, dentro disso, vão surgindo sugestões dos próprios moradores. Por outro lado, também em função da concorrência, criam atrações diferentes. Algumas acabam encarecendo realmente a obra, mas mesmo assim é rentável — afirma o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), João PauloMatos.

E foi isso o que a construtora STR fez num condomínio vertical fez na Freguesia, em Jacarepaguá. Para compensar a falta de espaço nos apartamentos, a empresa criou uma dependência coletiva para empregados em um de seus empreendimentos.

— Os apartamentos estão cada vez menores e, como não tem mais o quarto/banheiro de empregada, resolvemos fazer uma área confortável para que elas pudessem guardar suas coisas e trocar de roupa. Já tínhamos feito um experimento em outro empreendimento em Jacarepaguá que deu certo e a aceitação foi muito boa. Comercialmente pesa na decisão do cliente, pois é um metro quadrado que ele tem fora do imóvel — explica José Eduardo Baêta, diretor de incorporação da STR.

Aposta também de um empreendimento na Serra, da Performance, que fez um cinema dentro do condomínio. Já no Recreio, a Leduca viu demanda para outros serviços em dois de seus empreendimentos: champanheira e um salão para pets (um espaço para os próprios moradores lavarem seus bichinhos), e em outro, academia com aulas, como musculação, hidroginástica, natação, judô, capoeira, balé, futebol, alongamento e dança.

— Nós estudamos o perfil do público-alvo para oferecer atrativos para ele. E hoje, com problemas de segurança e mobilidade urbana, muitas atividades de lazer acabam se concentrando perto de casa mesmo — aponta Paulo Marques, sócio-diretor da Leduca.

Felipe Pedro, diretor de atendimento da Minha Comunicação, que presta consultoria para construtoras, explica que são feitos estudos para se chegar a novas áreas de lazer e ver o que realmente funciona. Entre as sugestões, já surgiram, além do cinema, um espaço para alimentação saudável.

— Nós estudamos o que já foi lançado, procuramos algo que se adeque ao público do perfil e aí sugerimos sem interferir no projeto. Faz diferença na hora da venda, pois como hoje há padronização, quanto mais conseguimos nos adequar aos cliente, mais fácil de conquistá-lo.

 

Fonte: Jornal O Globo – 29/09/2014