O anúncio do governo do estado de que cinco galpões que abrigavam fábricas de diferentes atividades, no Jacarezinho, darão lugar a 580 unidades habitacionais, voltadas para famílias que moravam nestes espaços e recebem aluguel social, reafirma o compromisso de continuidade de construção de moradias e. a um só tempo, de revitalização da área, cujo alcance do ponto de vista urbanístico é apontado no conjunto das razões que justificam a iniciativa do empreendimento.

Ao que igualmente se divulgou, a licitação para eleger a empresa que será responsável pela demolição dos galpões já foi feita e o investimento tem valor estimado em cerca de R$ 1 milhão, sendo prevista ainda a construção de outras 1.660 unidades na região.

Os apartamentos desta primeira fase terão 42.94 metros quadrados, dois quartos, sala. cozinha, banheiro e varanda, prevendo-se além disso unidades destinadas a portadores de necessidades , com a mesma dimensão, afora área de lazer.

Segundo o presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), ícaro Moreno Júnior, “o Jacarezinho está no centro de um espaço urbano importante – com mais de 100 mil metros quadrados, entre as Linhas Amarela e Vermelha – que precisa ser revitalizado. O estímulo à construção de conjuntos habitacionais através do programa Minha Casa e Minha Vida, com a demolição de antigos galpões, faz parte assim de ações de revitalização consideradas necessárias”.

Registre-se ainda, nessa mesma esfera de objetivos, a iniciativa inédita da Câmara Municipal ao criar recentemente, no início de setembro, a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento Urbano do Rio, tendo como principal objetivo aprofundar o debate sobre as propostas do Programa Carioca Local, encaminhado pelo Executivo.

O referido programa visa. conforme se enuncia, à implantação de um novo modelo de moradia na cidade e, nesse sentido, propõe mu-danças nas regras urbanísticas e fiscais para estimular a produção habitacional, aí incluída a ocupação de imóveis abandonados ou ociosos (em especial na Zona Norte e no Centro), o incentivo a negócios tradicionais e/ou populares, a transformação do uso de imóveis (de comercial em residencial e vice-versa), e a instituição da Imobiliária Social Carioca. Esta. com a missão de evitar a chamada gentrificação. processo em que a repentina valorização de uma determinada área afeta a população de baixa renda e obriga moradores de menor poder aquisitivo a se mudarem para locais distantes.

Integrada por 34 vereadores, representando 17 diferentes partidos, das mais diversas posições, a Frente Parlamentar vai aprofundar a análise de oito projetos de Lei e Leis Complementares que fazem parte do Programa Carioca Local, até porque, como destaca seu presidente, vereador Thiago K. Ribeiro (PMDB), “medidas tão complexas como essas exigem um amplo debate com a sociedade e, para isso. já foram realizadas duas audiências públicas e outras trés estão agendadas”. Nessa perspectiva, sobressaem objetivos que têm a ver. basicamente, com a formulação de uma estratégia de desenvolvimento urbano condizente com os aspectos humanos, econômicos e sociais nela compreendidos e que se vinculam afinal, tão a fundo, ao aproveitamento adequado das potencialidades existentes e ao primado do bem-estar da população, que cumpre, antes de tudo assegurar.

 

Fonte: Jornal do Commercio – 14/10/2015